domingo, 12 de junho de 2011

Breve Introdução à História do Humanismo

O Humanismo teve os seus antecedentes na Grécia Antiga. Deste essa altura esteve no centro de períodos de grande avanço no mundo Ocidental, como o Renascimento e o Iluminismo. Neste artigo irei apresentar algumas das figuras e ideias que deram origem ao Humanismo Secular tal como ele é hoje.

O Humanismo na Antiguidade

Sócrates

As primeiras referência a filosofias semelhantes ao Humanismo surgem na Antiguidade, no turbilhão de ideias produzido pelos filósofos da Grécia Antiga. Foi com eles que pela primeira vez no mundo ocidental se tentaram encontrar explicações racionais para o mundo que nos rodeia, sem ter como base a religião e a superstição.
Sócrates, condenado à morte em 399 a.C., por colocar em causa os deuses oficiais e sendo por isso acusado de corromper a juventude, foi talvez o primeiro Humanista famoso, apesar de ainda não ser conhecida tal palavra. A convicção nas suas ideias era tanta, que se recusou a pedir misericórdia pelos seus actos, sendo por isso obrigado a suicidar-se com cicuta.
Sócrates baseava a suas ideias nos problemas humanos, tentando descortinar qual o modo de vida ideal para o homem. Acerca dele alguém disse que "fazia a filosofia descer do céu à terra, alojava-a nas cidades e trazia-a para dentro dos lares, obrigando as pessoas a pensar acerca da vida e da moral, acerca do bem e do mal".
Para Sócrates, a virtude identificava-se com o saber e o homem só agia mal por ignorância. Ao contrário dos sofistas, ele considerava que a capacidade de distinguir o certo do errado estava na razão das pessoas e não na sociedade.
Sócrates acreditava também que a busca incessante pelo conhecimento era vital, sendo dele a célebre frase "Só sei que nada sei". Apesar de ter noção da sua ignorância, foi dos primeiros a afirmar que era possível ao homem alcançar verdades absolutas sobre o Universo e que a base para a aquisição de conhecimento era a razão.
Na sua época, as afirmações de Sócrates eram fortíssimas, tal como era forte a sua capacidade de argumentação, que fazia os mais convictos reconhecer que estavam errados e chegar por si próprios a novas conclusões. Apesar de não nos ter deixado nenhum registo escrito das suas ideias, só conhecemos dele o que nos chegou via outros filósofos, nomeadamente Platão, a sua influência sente-se até aos dias de hoje.

Os Estóicos

Também o estoicismo, movimento que surgiu por volta de 300 a.C. em Atenas, mas que influenciou a cultura romana até cerca de 200 d.C., fez contribuições importantes para o Humanismo, nomeadamente em termos da moral, da importância do raciocínio para o conhecimento da natureza, dos princípios de entreajuda entre os indivíduos e do valor de levarmos uma vida feliz.
Os estóicos afirmavam que a procura de uma moral devia ser feita observando a natureza. Com essa observação poderíamos encontrar a justiça universal, que está presente nas leis naturais e que seria compreensível por todos os homens, sendo as leis humanas uma pálida imitação da lei natural.
O conceito de Humanismo, como conceito onde o homem ocupa um ponto central em termos filosóficos, foi pela primeira fez referido por Cícero, um estóico, que pronunciou a célebre frase humanista "para a humanidade, a humanidade é sagrada".
Os estóicos eram cosmopolitas, integrando-se na sociedade do seu tempo e preocupando-se com o bem comum, tendo sido inclusivamente os primeiros, no mundo ocidental, a criar instituições de caridade para os pobres e doentes.
Em resumo, podemos afirmar que os humanistas da Antiguidade:
  • Concentravam-se nos seres humanos;
  • Aceitavam a razão do homem como a base de toda a percepção;
  • Acreditavam na existência de uma ordem universal;
  • Acreditavam numa lei natural

Nenhum comentário:

Postar um comentário